Uma reunião realizada no último dia 15 no gabinete do Prefeito marcou um trabalho em conjunto entre o Município, o Estado e os representantes das Escolas Estaduais São Joaquim e Daniel de Carvalho para resgatar os patrimônios que abrigam duas grandes instituições de ensino de Conceição do Mato Dentro. Com a presença da Superintendência de Educação de Diamantina, autoridades e educadores discutiram meios e estratégias para agilizar o processo de recuperação dos prédios.
O movimento em prol da restauração dos patrimônios ganhou força após a interdição do prédio da E.E. Daniel de Carvalho (). Com essa medida, o Município alertou o Estado sobre a necessidade de ampliar o diálogo e trabalharem juntos pela cultura e educação de todos.
São Joaquim
Para não interromper suas atividades, a Escola São Joaquim, desde 2013, está funcionando em lugares inadequados, pois o prédio histórico onde deveria funcionar a escola também foi interditado por risco de desabamento. Com o apoio da Prefeitura, chegou a abrigar seus alunos por um ano no Ginásio Poliesportivo, mas, devido às dificuldades enfrentadas em especial com o calor ocasionado pelas divisórias, teve que mudar suas instalações. Foi então para um prédio por cerca de mais um ano, porém, estão de mudança novamente, pois o prédio também foi notificado pelo Corpo de Bombeiros.
Diante dessa batalha, o corpo docente a E.E.S.J. formou uma comissão denominada “Resgatando o São Joaquim” que tem trabalhado incessantemente pela escola, defendendo a restauração do patrimônio e combatendo a sugestão da superintendência da Educação de construir um novo prédio para tal. Para os professores, os valores que constituem o patrimônio imaterial ali guardado são de suma importância para a continuidade da sua história.
Posicionamento compartilhado também pela secretária municipal de Cultura e Patrimônio Histórico, Julia Santana: “Com toda certeza, o imóvel do São Joaquim tem fundamental importância para a história da educação. Mais importante que a imponência das construções antigas, o patrimônio histórico existe para salvaguardar as tradições e as raízes de um povo. E Conceição não pode ficar sem esse referencial”. Na oportunidade da reunião, Julia solicitou ao superintendente informações junto ao Departamento de Obras do Estado acerca da elaboração do projeto de restauro do prédio que abriga a escola para que próximos passos possam ser dados.
Ainda sem resultados concretos, Município e Estado oficializaram sua união e se comprometeram com a comunidade escolar em sensibilizar a Secretaria Estadual de Educação para que a reforma aconteça.
Daniel de Carvalho
A situação da E.E. Daniel de Carvalho é mais recente, mas não menos problemática. Entretanto, o projeto para reforma e restauração do prédio já foi elaborado pela Fundação Israel Pinheiro com verba advinda do TAC – Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o Ministério Público e a Anglo American. A luta agora é para conseguir o recurso estadual para a execução das obras, que ultrapassam R$1 mi (um milhão de reais). Para solucionar os problemas no telhado, que culminaram na interdição do prédio, a Prefeitura deverá direcionará a escola, por meio de um convênio com o Estado, o valor de R$100 mil (cem mil reais) proveniente do ICMS Cultural.
Enquanto isso, a secretaria municipal de Educação está cedendo transporte escolar aos alunos e também o seu espaço dentro do complexo do SENAI para a E.E.D.C. “Reitero que os alunos da Daniel de Carvalho também são alunos de Conceição do Mato Dentro e nós não vamos desampará-los”, declarou Juliana Rajão, secretária da pasta.