Celebrada no dia 1º de janeiro, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos abriu o calendário dos eventos culturais fazendo uma justa e grande homenagem às raízes africanas que deram origem à manifestação. A tradição, trazida pelos escravos e recebida pela Igreja Católica, é mantida como uma forma de gratidão aos antepassados e respeito à cultura religiosa de Minas Gerais.
Neste ano, conduzida pelos irmãos Reimont Otoni e Rejane Ottoni, rei e rainha da festa, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi realizado sobre um tripé de interesses do reinado: a devoção à Nossa Senhora, a valorização às raízes africanas e o envolvimento do povo. “Assumimos a coroa com o entendimento de que é o povo quem faz a festa”, declarou Reimont. Um povo marcado pela cor negra. Segundo ele, o cortejo teve 90% de pessoas afrodescendentes.
A festa teve a marcante participação da guarda de Moçambique e foi embalada por grupos de tambor de crioula do Rio de Janeiro e pela Marujada de Conceição do Mato Dentro, sendo a Marujada “quem dá o tom da festa, porque o grupo não só anima o cortejo com suas músicas, mas é quem assume os rituais da entrega da coroa até a retirada do mastro”, disse Rejane. Ao lado de seu irmão, ela assumiu o compromisso de trabalhar pela valorização do grupo que é uma das principais manifestações culturais conceicionenses.
Além de lutar pelo fortalecimento da Marujada, eles planejam resgatar o “catopê”, dança de congado que era praticada em Conceição, mas que acabou desaparecendo por falta de incentivos. Para os reis 2015, valorizar os personagens da cultura local é entender que eles são os guardas do maior patrimônio que um povo pode ter: sua raiz.
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