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MAR
19
19 MAR 2021
CULTURA
PERSONALIDADE DE CONCEIÇÃO: SRº QUINZINHO, A NOBREZA E SIMPLICIDADE EM PESSOA QUE SE ESCONDE NA COMUNIDADE DE DOURADO
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CMD, SEXTA-FEIRA 19.03.2021 – “Ser Mineiro é dizer “uai”, é ser diferente, é ter marca registrada, é ter história. Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância”, o fragmento do texto “Ser Mineiro” já atribuído a Fernando Sabino, a Guimarães Rosa e a Carlos Drummond de Andrade, mas que na verdade é de autoria do poeta e escritor da cidade de Patrocínio José Batista de Queiroz retrata bem a Personalidade de Conceição de hoje. Estamos falando do Sr. Quinzinho de Dourado, um mineiro matuto, que gosta do cafezinho coado no pano, boa prosa e que nos alto dos 97 anos cultiva muita força, alegria de viver e fé inabalável.

Joaquim Aniceto Chaves, mais conhecido como Sr. Quinzinho Chaves, nasceu no distrito de Parauninha, Conceição do Mato Dentro, no dia 17 de abril de 1923. Sr. Quinzinho é o terceiro dos 11 filhos dos saudosos José Chaves Junior e Tereza Wenceslina Chaves. Muito bondosos, seus pais acolheram e criaram como filho mais um menino. Também na casa de seus pais havia várias pessoas que trabalhavam com tanta fidelidade que eram como membros da família, pois estavam lá o tempo todo.

“Naquele tempo não existiam escolas, eu e meus irmãos fomos alfabetizados em casa, com as mestras. Portanto, comecei a trabalhar muito cedo. Eu e alguns companheiros comprávamos café e o limpávamos no monjolo para vender no Sertão. Nós íamos a cavalo, levando a carga nos burros. Levávamos também nosso próprio alimento, pois a viagem era longa, durava muitos dias. Também trabalhei serrando madeira com o serrote. Naquela época não tinha a motosserra nem existiam as serralherias”, conta Sr. Quinzinho. Segundo ele, o Sertão é uma localidade que fica bem depois de Congonhas do Norte.

Homem simples e muito trabalhador, sempre viveu a sua vida na roça plantando e colhendo arroz, feijão, milho, cana de açúcar, mandioca… A mandioca tornava-se farinha, o milho fubá, que era moído no moinho d’água, quando dava-se época de fartura da água no córrego em seu sítio localizado no Dourado, onde passou a morar após se casar.

Em 23 de junho de 1956, aos 33 anos, casou-se com Eva Feliciano Cirino Chaves, com quem teve seis filhas e dois filhos que faleceram cedo. Sua esposa também faleceu precocemente, em 1966, aos 34 anos, deixando as filhas pequenas. Com o falecimento da saudosa Eva, passou a contar com a ajuda de sua mãe e de uma senhora amiga da família que cuidava das crianças. Após dois anos de luto, no dia 05 de outubro de 1968, Sr. Quinzinho casou-se novamente com a Sra. Maria Helena dos Santos Chaves, com quem teve 8 filhos, 4 homens e 4 mulheres.

Com a família numerosa, Sr. Quinzinho trabalhava arduamente na roça para prover o sustento de todos e ainda contava com a ajuda dos filhos que o auxiliavam nos serviços, tais como: o plantio, a capina, a colheita e o carreamento da cana de açúcar, a moagem desta no engenho – movido à tração animal – a obtenção da garapa e a consequente fabricação de rapadura, item tradicional que era vendido às sextas-feiras no Mercado Municipal Maurílio Lages. “Na época em que meu pai fazia a rapadura para vender, nós ajudávamos. O serviço começava cedo e costumava ir até à noite. Não tinha luz, nem tampouco água encanada, usávamos lamparina e água da bica. A rapadura era uma das melhores da cidade e até hoje as pessoas a procuram para comprar”, afirma a filha Dalva.

Sr. Quinzinho também negociava com outros produtores locais a compra de porco caipira, para vender a “banda” de porco. A carga de rapadura e as “bandas” de porco eram transportadas no “lombo” dos animais, que faziam o trajeto desde o Dourado até o Mercado Municipal. Ele também vendia frangos caipiras no Mercado e levava sempre um dos filhos para ajudar nos negócios.

Homem de muita fé e religiosidade, Sr. Quinzinho sempre reuniu diariamente a família para a reza do terço e nos dias de hoje, ainda segue o costume, ensinando também as orações aos netos e bisnetos. Assiste as missas na TV Aparecida e na Rede Vida. Reza vários rosários e benze a água todos os dias para beber. Ao longo de seus 97 anos, nunca deixou de ir ao Santo Jubileu.

O eterno vendedor das saborosas rapaduras tem 14 filhos vivos, 41 netos e 17 bisnetos. Atualmente, Sr. Quinzinho vive no Dourado com a sua esposa e uma das filhas, mas, quase sempre, aos finais de semana, é comum a casa ficar “cheia”, quando os filhos, netos e bisnetos que vão passar o dia no sítio, para um almoço, um café e uma boa prosa. “Quando vamos passar o domingo lá, acontece muito de chegarmos e ele estar ouvindo a missa das 08:00 horas na rádio Bom Jesus. A gente o cumprimenta rapidamente para não atrapalhar. Ele escuta a missa em pé e acompanha tudo, até o padre encerrar e dar a bênção”, relata a neta Regina.

“Meu avô faz questão que a gente vá almoçar lá com ele. Se por acaso a gente vai à tarde e não almoça lá, ele fala, podia ter vindo para almoçar. Também acontece de falarmos que já tomamos café na casa dos tios que moram próximos, aí ele fala, tomou café lá, mas aqui não tomou, então toma aqui também. Ele sempre faz muita questão e agradece a visita. Quando vamos embora, ao nos despedirmos ele fala: Deus te abençoe, vai com Deus e Nossa Senhora”, conta o neto Guilherme.

Há cerca de cinco anos a família idealizou a realização da “Reza no Cruzeiro”, que acontece geralmente no mês de maio. Os netos se empenham em enfeitar a Cruz, localizada no alto do sítio. Os filhos cuidam da iluminação, dos comes e bebes, dos enfeites do mastro e da bandeira. Todos ajudam de alguma forma, organizando durante o dia para que aconteça no início da noite, quando se reúnem, além da grande família, os vizinhos da região da Parauninha, Tabuleiro, Itacolomi e arredores. Todos levam itens para o leilão, tais como ovos, verduras, doces, vinhos, farofa… A reza inicia-se com uma procissão cantada e se encerra com fogos e hasteamento da bandeira. Ao final também é servido canjica, caldo, quentão, pipoca… E acontece um leilão com as doações, cuja renda é revertida para a reza do ano seguinte. Em 2020 a reza não aconteceu por conta da pandemia e em 2021 possivelmente também não terá.

Neste ano, Sr. Quinzinho completará, com muita saúde e vitalidade, 98 anos, “muito bem vividos com a graça de Deus e de Nossa Senhora Aparecida, dos quais sou muito devoto”, finalizou o patriarca.

Essa é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro ao Sr. Quinzinho, esse senhor forte que criou os filhos com o duro trabalho da enxada e adoçando a todos com a sua famosa rapadura.

Texto com participação de Danielle Cirino e de toda família Chaves.

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Fonte: Assessoria de Comunicação
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