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MAR
05
05 MAR 2021
CULTURA
PERSONALIDADE DE CONCEIÇÃO: DONA JANDIRA, A MATRIARCA DA FAMÍLIA OTONI E MAMÃE NOEL DOS MENOS FAVORECIDOS
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CMD, SEXTA-FEIRA 05.03.2021 – “Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como ele é.” A frase da poetisa Carolina Maria de Jesus, reconhecida recentemente como Doutora Honoris Causa pela UFRJ descreve parte do que é uma conceicionense de alma e coração nobre, mas traz à luz a sua potência. Estamos falando da Dona Jandira. Sim, essa doce senhora, mas cheia de valentia que se destaca como uma das conceicionenses mais destemidas de Conceição do Mato Dentro. Por seu legado, importância para o município, sobretudo com atos tão expressivos de solidariedade, amor ao próximo e compromisso com a caridade, hoje a homenageamos no quadro “Personalidade de Conceição”.

Filha dos saudosos Luizinho e Senhorinha, Jandira Otoni Rodrigues, a querida Dona Jandira, nasceu no dia 05 de maio de 1932, Brejaúba, distrito de Conceição do Mato Dentro. Um fato importante de se mencionar é que em meio a tantos acontecimentos no Brasil e no mundo, e da conturbada, rica e dolorosa década de 1930, a conceicionense veio ao mundo dias antes da conquista pelas mulheres, do direito ao voto.

A família de brejaubenses era numerosa, de trabalhadores do campo, da roça, do cultivo da terra, do trato com o gado e com o engenho. Seus pais, Luizinho e Senhorinha sempre generosos no cuidado, na educação e na formação religiosa de seus muitos filhos e filhas. “Sempre me encantei com a inteligência e a capacidade dela. Sua caligrafia é um desenho, sabe fazer contas como ninguém e o raciocínio lógico é compatível com quem estudou filosofia e apreendeu que de duas premissas se tira uma conclusão lógica. Eu sou suspeito para falar dela”, contou seu filho Reimont Luiz Otoni Santa Bárbara.

Casou-se aos 18 anos, no dia 26 de maio de 1950, com o Sr. José Santa Bárbara Rodrigues, o saudoso Seu Juju. Tiveram 13 filhos nascidos vivos, sete mulheres e seis homens. “Seus três primeiros filhos nasceram na Brejaúba, mas o infortúnio da morte dos dois mais velhos fez com que ela e seu amado, tomassem nos braços a terceira e viessem morar em Conceição do Mato Dentro, com mais recursos para garantir que não houvesse mais uma perda, que não suportariam. Jino Beck e Eunice morreram criança e já ouvi dizer que o pai, ficou “mudo” durante um ano inteiro como forma de suportar a dor e de protestar contra aquele destino jamais imaginado”, detalhou Reimont detalhando que Dona Jandira foi baluarte, rocha firme a segurar o rojão e a não perder a esperança, a fé e a vontade de viver.

Reimont conta que a ele e aos irmãos, seus pais ensinaram que a vida vale quando é colocada a serviço dos que menos têm. “Além dos muitos filhos, sempre acolheu em sua casa jovens para estudar, filhos de mães que morriam no parto (porque sempre tinha leite – imaginem ter um filho a cada ano). Deu o peito a seus filhos e a filhos órfãos com quem também estabeleceu laços. Foram muitos os sobrinhos e sobrinhas acolhidos enquanto seus pais ainda moravam na roça onde não era oferecida oportunidade de estudo”, relembrou.

Enquanto seu Juju estava na lida das intimações nos distritos, viajando a cavalo, dona Jandira ali na máquina de costura ajudava a garantir a sobrevivência da família. “Suas pernas se exercitavam no pedal da máquina e suas varizes se proliferavam a olhos vistos. Mulher do trabalho ininterrupto e do cuidado da educação dos meninos (alguns muito rebeldes) e das meninas (que também não ficavam para trás). Mas, um olhar dela bastava, era um discurso de palavras simples e sem rodeios. Êta mulher forte”, sorriu.

A matriarca ganhou título de mãe exemplar da prefeitura da cidade e protagonizou muitos projetos sociais, todos ancorados na sua dimensão de fé. Há quase 30 anos resolveu fazer uma novena de natal com as crianças da cidade e isto perdura até hoje, ininterruptamente, à exceção do ano de 2020 por conta da pandemia que acometeu a humanidade.

Crianças enchem sua casa no mês de dezembro para rezar, cantar, brincar, ganhar um punhado de bala, um saco de pipoca, um picolé ou outro mimo durante nove dias onde se fala do nascimento do menino Jesus. Dona Jandira atrai também pessoas jovens e adultas para dirigir a novena. Nunca a monopolizou e sempre teve ajuda generosa de muitas pessoas para dirigir a palavra aos meninos e meninas e conduzir estes momentos de oração e de encontro fraterno.

Seu filho Reimont conta que em 2005, dona Jandira, perdeu subitamente uma filha, a Iris, que programava junto com ela fazer um almoço de natal no dia 25 de dezembro para toda aquela criançada e seus familiares. “Faltava pouco mais de um mês para o Natal e pensou em desistir, até que resolveu adaptar-se à proposta e fazer, ao invés de um almoço, um café da manhã. Então, desde o natal de 2005, todos os anos na manhã do dia 25 de dezembro, uma mesa gigante é aberta na Rua Luiz Maria em frente a sua casa que tem na sua fachada um presépio lindo e muito visitado, e o café da manhã com as crianças acontece, sempre muito concorrido. A rua toda participa, os bolos, pães de queijo, biscoitos, quitandas em geral, refrigerantes vão chegando de toda parte e a festa é maravilhosa”, se emocionou Reimont completando que à mesa está Dona Jandira comandando tudo e distribuindo as tarefas com uma tranquilidade a dizer, “vai dar tudo certo”. Ao final, toda criança recebe um presente.

Hoje, nossa querida Dona Jandira está às vésperas de completar 89 anos e, com a memória um pouco cansada, no entanto, tem um sorriso que encanta. “Serena e firme, me faz lembrar São Francisco que nos dizia: ‘é preciso ter ternura e vigor’. Ela tem”, finalizou seu filho Reimont escolhido por seus irmãos para contar a história da matriarca que também se tornou mãe de muitos conceicionenses.

Essa é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro a conceicionense Dona Jandira, mãe exemplar, avó amorosa, mulher valente e exemplo de generosidade em Conceição.

Texto escrito a partir do conto de Reimont Luiz Otoni Santa Bárbara.

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Fonte: Assessoria de Comunicação
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