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MAI
13
13 MAI 2013
ADMINISTRAÇÃO
Prefeito empossa membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento
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No último sábado, dia 11 de maio, na Câmara Municipal, durante solenidade de posse dos membros que compõem o Conselho Municipal de Desenvolvimento Municipal, o prefeito Reinaldo César de Lima Guimarães agradeceu a presença das autoridades, dos secretários, servidores e demais convidados e a confiança dos integrantes do Conselho. Em seu discurso, Reinaldinho fez um retrospecto da história de Conceição, ainda no tempo do colonialismo, e trazendo para os dias atuais o cenário social, político e econômico que atualmente o município vivencia. O prefeito também falou da importância e da contribuição que cada conselheiro pode dar ao município.

Leia abaixo a íntegra do discurso.

“Permitam-me iniciar contando um episódio que vivenciei há uns 7, 8 anos atrás. Fomos em comitiva para participarmos de um seminário com a presença do renomado professor Paulo Neves de Carvalho, na cidade de Pirapora/MG, eu e alguns vereadores daquela legislatura.

O professor Paulo Neves de Carvalho encantou-se pelo menino Guilherme, filho do vereador Clemente Pires e, mostrando-lhe o caudaloso Rio São Francisco, perguntou à criança:

“Você já viu algo mais belo?”

Ao que, firme e prontamente, respondeu o garoto:

“Já vi, sim, Senhor. O Rio Santo Antônio, lá de Conceição, é muito mais bonito que esse”.

O pequeno conceicionense Guilherme, naquele instante, não só expressou seu afeto à nossa terra, como alcançou Fernando Pessoa que, nos poemas de Alberto Caeiro, imortalizou a simbologia do rio. Permitam-me:

“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia

Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”.

Com esta imagem poética do rio Santo Antônio do nosso afeto comum, tão identitária e singular quanto universal, gostaria de ressignificar este momento solene estabelecendo dois recortes para ulterior problematização.

O primeiro recorte trata da história da nossa cidade, que tem no marco minerador sustentado pela mão de obra escrava o signo de sua fundação, em um contexto de colonialismo, escravismo e opressão, que nos deixaram um legado de 300 anos de ostracismo econômico. Com o fim do ouro de nossos rios e córregos, Conceição sobreviveu como um entreposto comercial, sem expressão para a economia do nosso Estado.

Bem, foi nesta Conceição que a nossa geração e as gerações atuais nasceram, portanto, neste recorte, façamos um salto temporal para unirmos a Conceição da nossa infância, da nossa juventude, viva em nossa memória afetiva à Conceição de hoje, em que se deflagra novo momento de expansão da mineração.

Em que pese a controvérsia gerada com a instalação, de forma abrupta, do empreendimento minerário, legitimamente contestado por militantes de vários seguimentos sociais, seja a população diretamente afetada nas áreas de São Sebastião do Bom Sucesso e seu entorno, sejam os moradores da nossa cidade, vilas e cidades vizinhas, a mineração é uma realidade que veio para ficar.

Todos sofremos o impacto no tráfego local, na especulação imobiliária e na insuficiência dos serviços públicos para atender a demanda crescente na saúde, educação, habitação, segurança pública e precisamos nos conscientizar de que este processo de reestruturação de serviços públicos e de expansão urbana é irreversível, mas que sua condução está em nossas mãos.

Como exemplo, posso citar os dados oficiais que apontam o exaurimento de 70% dos gastos com remédio e atendimento hospitalar destinados à população flutuante do empreendimento minerador.

Eu pergunto a vocês: Há ainda outra condição de possibilidade para a nossa história? E devo responder: SIM! Há outra condição, desde que busquemos em nossa história o respaldo crítico que nos permita, gestores públicos e sociedade organizada, comprometidos com o mito fundante da nossa cidadania conceicionense (metaforicamente simbolizado pelo rio Santo Antônio da nossa aldeia) e com o seu corolário de dignidade humana para todos, analisarmos as práticas excludentes do passado, embora não completamente ultrapassadas e nos esforçarmos conjuntamente para produzirmos um novo momento de autonomia, emancipação e desenvolvimento sustentável.

Nossa comodidade, refletida na reprodução de categorias conservadoras do “só criticar” ou simplesmente deixar que as autoridades resolvam por nós, representa um atentado à história, uma contramemória, posto ser a história um exercício de comunicação entre contextos temporais diversos.

Este diálogo de singularidades, da Conceição da nossa infância, da nossa juventude, com a Conceição de hoje, resulta na pluralidade da nossa história e nos serve como parâmetro para testar o nosso compromisso com a Conceição que queremos preservar e para medir a nossa capacidade de adaptação e de superação, por uma Conceição com maiores oportunidades para todos. O sucesso depende da escolha de cada um de nós!

Tal escolha revela o poder que temos de não mais reproduzir acriticamente o modelo do passado. De Giorgi afirma que o tempo da complexidade é o tempo da simultaneidade, que, por sua vez, é sempre o presente. O nosso futuro só é visível sob a forma da probabilidade, dependente das escolhas do presente, portanto, não nos esquivemos do poder de reconstruir essa história, nesse novo momento da mineração em nosso município.

Para tal, passo ao segundo recorte que propus a vocês e que intitularei, SOMOS CONCEIÇÃO DE VERDADE. Trata-se de uma forma de caminhar que pressupõe a construção coletiva, compartilhada, de um sonho de uma Conceição que tenha a beleza e a tranquilidade do passado, aliadas ao desenvolvimento sustentável.

Os sonhos não envelhecem e, como prova disto, vejo à minha frente companheiros da juventude e outros conceicionenses cujos passos ganharam o mundo, mas ainda comungam o desejo de uma cidade organizada, pautada pela qualidade de vida dos seus cidadãos.

Como prova da nossa identidade cultural, aqui estamos instituindo um Conselho de Desenvolvimento Municipal no qual seus integrantes terão papel fundamental de aconselhamento e de macrovisão das principais rotas que se apresentam como alternativas para minimizar os impactos que ora vivenciamos.

Conhecemos hoje os problemas da nossa cidade e de todos os distritos, de forma muito mais apurada e abrangente, procurando encará-los, não como dificuldades que nos paralisam, mas, como desafios, ou seja, questões estrategicamente a serem enfrentadas em nosso planejamento.

Todavia, não prescindimos de orientação técnica, pelo contrário, temos consciência da nossa dificuldade no diálogo técnico com os representantes da mineradora que contrata seus profissionais com salários a preço de mercado, enquanto a administração pública forma seus quadros técnico-especializados sob a égide da Lei de Licitações em que a maior vantajosidade é o menor preço, ou através de concursos públicos de provas e títulos com remuneração não atraente para os níveis sêniores das categorias profissionais.

Neste dilema, um raio de sol surge para nos guiar. Dr. Herbert de Almeida Carneiro, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e presidente da AMAGIS. Meu caríssimo “Beto do Bruno” ou “Betinho da Nini”, o qual nos conclamou à criação deste Conselho, o que de pronto, acatamos.

Composto por notáveis conceicionenses, íntimos do nosso afeto e reconhecidos pelas suas brilhantes carreiras, o Conselho de Desenvolvimento Municipal suprirá o apoio técnico que Conceição necessita, pois seus membros são qualificados a colaborar na construção de propostas compensatórias e mitigadoras dos impactos socioambientais e na gestão urbana adequada do nosso território.

Iniciarei minha breve menção aos membros do Conselho, como não poderia deixar de ser, pela representação feminina, substantiva e plural das conceicionenses Diva Doroty Safe de Andrade Carneiro e Maria Lúcia Lazzarini. Diva, Juíza do Trabalho, poetiza e caminhante. Maria Lúcia, musicista de maviosa voz, advogada e serventuária aposentada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Como bem sabem todos, suas carreiras as credenciam para o debate público que este Conselho irá conduzir, como podemos confiar à sensibilidade de ambas as minúcias do cuidado com a proteção dos bens imateriais e da preservação das formas de fazer da nossa gente simples.

Integram também esta corte dois representantes da tradicional família Rajão: Carlos Antônio e Carlos Custódio, o primeiro um expert em mineração. Foi diretor de Operações e Diretor de Desenvolvimento de Projetos da MBR – Minerações Brasileiras Reunidas. Posteriormente integrou os quadros da VALE, nosso dileto amigo Carlinho Rajão, tem carreira exitosa na área de educação. Obrigado, conterrâneos, por este espírito de cooperação e generosidade que reafirma a dedicação da família Rajão a Conceição do Mato Dentro.

A experiência do professor Clemenceau Chiab Saliba agrega credibilidade para além da área de educação, na qual se destaca. Descendente dos turcos que aqui se aportaram, seu desprendimento sempre esteve a serviço de nossa terra, o que agradecemos com muito carinho.

Não menos tradicionais, as famílias Costa Lages, Madureira de Pádua e Teixeira Carneiro legam a este Conselho seus filhos, Hely, Dácio e Milton, que, sempre atentos, acompanham os novos rumos que se descortinam nos horizontes de nossas serras e, com serenidade, saberão manifestar sua colaboração e experiência profissional. Hely ocupa cargo de gestão junto à FUNDEP, da UFMG. Dácio, engenheiro, integrou os quadros da CEMIG e Miltinho, também engenheiro, dirigiu o DER e hoje assessora o vice-governador, Alberto Pinto Coelho.

O que dizer da tríade Fábio Guerra Lages, José Carlos de Matos e José Mascarenhas Filho? Fábio Guerra, juntamente com seu irmão, criou um dos mais sólidos grupos empresariais de Minas, destacando-se também na articulação e associação dos seguimentos empresariais do nosso Estado. José Carlos de Matos tem em seu currículo a presidência da Caixa Econômica Federal, diretoria da Cemig e Gasmig, e José Mascarenhas presidiu o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes. Caros Fábio, Zé Carlos e Zé Mascarenhas, a presença de vocês honra cada um de nós, seus conterrâneos.

Com marcante presença no cenário empresarial nacional, hoje ocupando a presidência no grupo Alpargatas, o conceicionense Márcio Simões Utsch, tenho certeza, não poupará aos que tentem reduzir nossa pretensão emancipatória a uma busca infrutífera. Contamos, Marcinho, com sua lucidez para nos desenhar novas estratégias para o desenvolvimento de nossa terra.

Neste Conselho, para minha alegria, estão dois queridos amigos, um de infância, Levi Carneiro, expoente da área publicitária em Minas Gerais e no Brasil, e outro cidadão honorário desta terra, jornalista Chico Maia, cuja dedicação e lealdade à causa conceicionense datam de várias décadas.

Com aguda perspicácia, Levi, um dos mais brilhantes intelectuais da nossa geração, anteviu minha latente vocação para a advocacia, quando eu ainda aspirava estudar Engenharia. Ao agradecer-lhe a inspiração na juventude, reafirmo minha confiança na relevante contribuição que dará neste Conselho de Desenvolvimento.

Cumpre-me destacar, em especial, a solicitude e empenho do nosso conterrâneo honorário e benfeitor, vice-Governador Alberto Pinto Coelho, no acompanhamento e na orientação diuturnas aos pleitos de Conceição do Mato Dentro.

Caríssimo benfeitor Vice-Governador Alberto Pinto Coelho, como sucessor natural da destacada linhagem de homens públicos de nossa terra, representada pela figura memorável do embaixador José Aparecido de Oliveira, e, permitam-me, do meu saudoso pai, Dr. Juvêncio Guimarães, Vossa Excelência herdou também o dever de cuidado, com o desvelo do filho adotivo.

Sabemos que este afeto filial de adoção tem maior significação, porque fruto da escolha mútua, consentida, do homem público ilibado que se permite amar uma cidade porque nela nasceu seu preceptor na vida pública, e dos filhos desta terra que admiram Vossa Excelência e almejam tê-lo como o nosso futuro governador do Estado de Minas Gerais, com as bênçãos do Nosso Senhor Bom Jesus de Matozinhos.

Para nosso orgulho, Vossa Excelência vem galgando uma escalada pública exitosa e forjada no bem servir, na probidade e, principalmente, em uma gestão voltada para resultados, que vem transformando Minas Gerais em “um lugar melhor para se viver”, com um cenário de desenvolvimento e melhoria efetiva da qualidade de vida dos cidadãos.

Enfim, para além do agradecimento já expresso, reafirmando a história na qual se sedimenta a nossa identidade, revigorado pela confiança no nosso poder de cambiar o resultado da mineração do passado por um novo tempo de oportunidades a ser construído coletivamente, pela força da união de vivências e muito trabalho sério, recorro novamente a Fernando Pessoa/Alberto Caeiro.

“Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia

para onde ele vai

E donde ele vem.

E por isso, porque pertence a menos gente,

É mais livre e maior o rio da minha aldeia”

Que sejam maiores as nossas conquistas, porque SOMOS CONCEIÇÃO DE VERDADE!

Obrigado!”

Fonte: Assessoria de Comunicação
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