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PERSONALIDADE DE CONCEIÇÃO: TONICA SATI, A CONCEICIONENSE QUE VIVE COMO SE TODOS OS DIAS FOSSEM CARNAVAL
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CMD, SEXTA-FEIRA 12.02.2021 – Feche seus olhos e imagine… A avenida repleta de conceicionenses. Os famosos guarda-chuvas coloridos compondo o cenário. Bateria a postos. Está tudo preparado. Lá vem ela! Ao som do repique dos tantans e tamborim, o tambor eca, o surdo, a caixa e o pandeiro fazem o coração pulsar. Lá vem ela! Abram alas, abram alas… Tonica Sati vai passar! Seu sorriso contagiante brilha mais que a fantasia, ela é alegria, ela é cor, ela é vida, seu sobrenome é Carnaval. Hoje é dia de homenagear a querida Tonica Sati como “Personalidade de Conceição”.

Antônia do Carmo Reis, que todos conhecem como Tonica de Sati, nasceu no dia 12 de julho de 1946, em Conceição do Mato Dentro. É caçula dos seis filhos dos saudosos Sr. José Augusto dos Reis (O Zé da Emília) e Natividade Augusta Amorim (Sati). “Ganhei esse apelido ainda menina. Se falarem Antônia do Carmo eu nem sei quem é (risos). Esse apelido veio da minha mãe, ela não gostava dessa coisa de Sati, mas mesmo assim eu herdei”, relembrou. “Eu sou desse jeito, uma alegria sem fim, muito expansiva e comunicativa desde criança. Meus irmãos mais velhos percebiam essas características e me levavam para o clube para as festas e, principalmente para os bailes de Carnaval. Foi assim que tudo começou…”, recordou.

“Se você me perguntar quando o Carnaval começou em Conceição não saberei dizer, no entanto, tenho uma forte lembrança do Drº Djalma Andrade que era dentista, mas criou o primeiro bloco na cidade, o Bloco da Saudade. A turma saía da Saudade e ia até o Centro onde todos esperavam o bloco passar. Que saudade! Mesmo criança eu já vibrava”, relatou aquela que tem a folia no sangue desde sempre.

Assim como a maioria dos conceicionenses com mais idade, Tonica iniciou os estudos na Escola Daniel de Carvalho, deu sequência na Escola São Joaquim e depois foi para Belo Horizonte concluir o antigo ensino científico e se formar em contabilidade. “Quando retornei para Conceição continuei apreciando o Carnaval. O Drº Djalma faleceu e a saudosa Tânia Lazzarini, uma mulher da cultura e carnavalesca nata, criou um bloco que também chamava Saudade em homenagem ao Drª Djalma. Foi um sucesso e desfilou por uns 10 anos. Depois veio o Bloco do Chico da Carne, a Tânia desanimou e parou. Mas o Chico também não deu continuidade”.

Quem nasceu para o Carnaval não consegue ficar sem o brilho da avenida e foi ao lado da saudosa carnavalesca Nidime que Tonica se encontrou. “A Nidime criou a Escola de Samba Unidos da Band, há cerca de 25 anos e fui ser sua assistente. Fiquei 17 anos com ela, até o dia do seu falecimento em 1 de abril de 2012. Mesmo com imensas dificuldades, correndo atrás de patrocínio, ajuda das pessoas e levando muitos nãos, todos os anos estávamos na avenida. Com a Nidime eu ri, chorei, passei raiva, mas posso dizer que nós sofríamos, mas era com muita alegria e satisfação”, se emocionou com a recordação da amiga.

Desanimada, Tonica pensou em desistir, mas bastou a aproximação do mês de fevereiro para o seu telefone começar a tocar. “’O Carnaval está aí, Tonica, você tem que levar a escola para a avenida’. Recebi ligações, as pessoas desejam continuar. Foi aí que com ajuda da fotógrafa e minha amiga Selma Aguiar que ressurgirmos com a Escola Acadêmicos de Conceição. Muitas fantasias se perderam, mas não desanimamos”, contou acrescentando que conheceu um casal da Escola de Samba Cidade Jardim e um membro da Acadêmicos de Venda Nova. “O Alexandre e a Tiene nos deram praticamente uma alegoria inteira. O Marco Aurélio da outra escola também colaborou muito”.

A Escola voltou repaginada, com nome diferente, mais cor e muita esperança para seguir contagiando os conceicionenses. “Não posso deixar de mencionar que vários blocos carnavalescos surgiram em Conceição do Mato Dentro, são todos excelentes. Inclusive, eu gosto muito de uma samba-enredo do Bloco do Xisto que diz mais ou menos assim: ‘Nois não sabe mas toca. Mas não faz mal, a gente gosta’.

Em 2019, novamente Tonica se viu em outra situação delicada que quase ofuscou seu brilho. “Infelizmente, às vezes as pessoas não dão o devido valor e desfizeram das minhas fantasias. Eu e a Selma tentamos recuperar algumas peças no lixão, mas não conseguimos resgatar quase nada. Eu chorei por alguns minutos, só que não sou mulher de ficar chorando, sou alegria. Com apoio dos meus amigos das Escolas de Samba de BH, da Prefeitura, da Rejane Ottoni que não mediu esforços conosco e de uma amiga de Lagoa Santa, eu e a Selma colocamos a escola na avenida”, comemorou.

“Não é fácil saber que não teremos Carnaval, o coração chega a desmanchar. Não posso passar tristeza para as pessoas! Vamos continuar com esperança e nos preparando para uma linda festa no ano que vem. Eu mesma já comecei os preparativos”, sorriu dizendo que a vida é muito difícil para não ser encarada com leveza. “Eu vou ao médico e ele diz que minha pressão, glicose e tudo está ótimo. Segundo ele, a receita é a minha alegria e que se eu continuar assim vou viver 100 anos. Logo retruco, vou viver 200 anos. No meu ego não tenho a minha idade cronológica, eu sou jovem”.

E por falar em alegria, Tonica lembra um episódio que a marcou em um carnaval. “Eu vesti todos os integrantes da escola, estava tudo certinho para sairmos, mas algo me incomodava. Não estava satisfeita com a minha fantasia, a anágua estava muito grande, até comentei que não daria certo, porém preferi ser otimista. Quando deu a hora de sair, não é que a anágua ficou maior? Estava tudo horrível e para piorar alguém pisou na renda e a rasgou. Depois eu também pisei e rasguei mais ainda. Estava chovendo muito e sai com parte do vestido nas mãos. Cheguei na avenida com um semblante de morte e sem vontade de desfilar, ao perceberem a situação, começaram a gritar meu nome e a bateria acompanhou. Foi uma sensação maravilhosa, eu refloresci e vi que de fato em hipótese alguma a tristeza combina comigo”, contou a conceicionense.

A jovem senhora preza pela liberdade e não quis se casar. “Graças a Deus eu não casei, ninguém me prende, não gosto de me sentir presa. Sou dona do meu nariz e ponto! Tive uma filha que é produção independente e dois netinhos, outra alegria na minha vida além do Carnaval”, revelou relatando que o seu maior sonho é ter um barracão para sua Escola de Samba. “Agora só falta um barracão para guardarmos nossas fantasias e iniciarmos as produções e confecções próprias. Eu também desejo ter uma bateria completa para nos acompanhar. Sei que esse projeto vai sair do papel, eu ainda acredito”, finalizou em tom confiante a carnavalesca conceicionense.

Diante dos tempos difíceis que estamos vivendo com o cancelamento das festividades em Conceição do Mato Dentro e em todo país, desejamos que relembrar a história da ilustríssima conceicionense Tonica Sati possa aquecer o coração, trazer outras boas recordações sobre a data e a esperança de que o tradicional Carnaval conceicionense será realizado em 2022.

Essa é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro à Tonica Sati, a conceicionense de alma jovem, que carrega a alegria e espontaneidade como marcas registrada e exala o Carnaval por onde passa.

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Fonte: Assessoria de Comunicação
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