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JAN
22
22 JAN 2021
CULTURA
PERSONALIDADE DE CONCEIÇÃO: MOZART PICÃO, UMA LENDA VIVA, HOMEM VIRTUOSO, VISIONÁRIO E PACIFICADOR NO MUNICÍPIO
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CMD, SEXTA-FEIRA 22.01.2021 – “Vou completar 98 anos em março, mas posso te garantir uma coisa: a minha mente não envelhece, continuo pensando como um homem jovem”. Você arriscaria em dizer de quem é esta frase? E se nós te contarmos que, além de não envelhecer, é aquele que não se entrega, não desanima, não sucumbe e para ele nunca é hora de descansar… Estamos falando do Mozart Soares de Paula! O Seu Mozart Picão que, do alto de seus 97 anos, cultiva a sabedoria de um monge, a altivez de um lord e a coragem de um titã. Hoje, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro tem a honra de apresentá-lo como “Personalidade de Conceição”.

Mozart Picão, nasceu no ano de 1923, em Conceição do Mato Dentro, na Fazenda Bela Vista. O apelido Picão é uma herança do pai Carrim Picão (Carlos Rodrigues Soares), que nasceu em uma fazenda no município de Morro do Pilar – MG, à beira do Rio Picão. Mozart é o 3º dos 12 filhos de Carrim e Donana (Ana de Paula Costa).

Teve pais zelosos, no entanto nunca foi poupado do árduo trabalho da fazenda. Desde a infância, enfrentava as atividades do campo com muita competência e valentia. “Comecei a trabalhar aos seis anos, era trabalho pesado mesmo, muitas vezes na enxada. Ainda moço, fui tropeiro, vaqueiro e boiadeiro”, relembrou Seu Mozart.

“Assim permaneci por muitos anos, até que um dia me senti muito mal e precisei ser operado às pressas de apendicite. Sem conseguir trabalhar, vim para a cidade e fiquei pensando no que poderia fazer. Foi aí que tive a ideia de empreender com burros. Fiz um compromisso de 33 milhões, com o dinheiro da época. Articulei-me nas negociações e fiquei devendo apenas 6 mil. As pessoas não acreditavam no que viam”, testemunhou.

Visionário, desde jovem se fazia respeitar pelas suas ideias à frente de seu tempo, pela sua integridade e, sobretudo pela delicadeza e respeito no trato com as pessoas. “Aos 23 anos, comecei os meus negócios com burros, mas recém-operado não consegui dar continuidade. Audacioso e seguindo os conselhos do meu padrinho Antônio Virgílio, logo iniciei com os gados e o dinheiro foi entrando”, sorriu nosso cidadão ilustre.

“Comprei muitas terras. Comprei a Fazenda Boa Vista na mão da minha tia, adquiri a Fazenda da Cachoeira na mão do João do Miro, que antes pertencia ao Zé Velho. A Fazenda que hoje se chama Mata do Braga também foi minha por duas vezes. Comprei ainda em Varzelândia, Verdelândia, Itamarandiba e até no Pará. Eu tive terra para perder de vista, desfiz de muitas delas, mas ainda tenho um bocado de hectares por aí”, gargalhou.

Com o passar do tempo, ainda muito jovem, Seu Mozart foi ampliando suas atividades, se tornando referência no comércio de gado. Dedicou-se com excelência à atividade agropecuária, acabou expandindo seus negócios para o norte do Estado e aumentando o círculo de amizades por todas as Minas Gerais. “Quando dei por mim, estava lá em Janaúba, com várias cabeças de gado, mexendo com capim e até supermercado eu abri naquela cidade”, comemorou o anfitrião, relembrando que negociou em mais de 12 estados brasileiros e, inclusive teve oportunidade de desfrutar do sucesso que obteve como empresário. “Eu viajei muito, fui à Jerusalém em uma visita religiosa, além de países como: Bolívia, Uruguai, Paraguai, Argentina e por aí vai”.

Aos 27 anos, Seu Mozart se casou e a eleita pelo seu coração foi sua prima, Prata (Maria Pio de Araújo Soares). “No dia 12 de janeiro fizemos 71 anos casados. E eu ainda sou muito apaixonado por ela, o sentimento nunca mudou. Nós tivemos 14 filhos, perdemos 7, mesmo assim formamos uma família bonita”, contou. São 12 netos de sangue, dezenas de outros de coração e 5 bisnetos.

Da mesma forma que abraçou os negócios, acolheu também a vida pública como a um sacerdócio, exercendo uma liderança pautada na humildade, na vontade de servir, acompanhando de perto as dificuldades de sua gente, o que o fez referência no exercício da generosidade. “O Zé Velho um dia chegou para mim e disse: ‘olha Mozart, quero você na política’. Eu fiquei meio receoso, mas sempre tive desejo de contribuir mais com a comunidade e assim mergulhei na vida pública”.

Disputou por 5 vezes, uma cadeira na Câmara de Vereadores de Conceição do Mato Dentro, tendo saído vitorioso em todas. “Enquanto o Zé Velho estava vivo eu fui vereador por dois mandatos. Cheguei a disputar como vice na chapa do Antônio Costa de Ferreira (Niquinho), mas não conseguimos nos eleger. Aí depois que o Zé Velho faleceu eu me afastei e permaneci 20 anos longe da vida pública. Retornei e fui vereador por mais três mandatos”.

Dessa forma, permaneceu inabalada sua vontade e disposição para ajudar a quem quer que fosse e ainda deixou seu legado e marca na história conceicionense. “Fui eu quem construí o prédio da Câmara na minha gestão como presidente. A edificação que tínhamos era de 1820 e tantos e não estava mais apropriada. Adquiri um lote que era de uma rodoviária inacabada, três empresas participaram da licitação e a que ganhou nos entregou a obra em 8 meses e meio”, comemorou. Atualmente, o plenário da Casa Legislativa conceicionense se chama: Mozart Soares de Paula, em sua homenagem.

De fé inabalável no Bom Jesus, um de seus maiores prazeres sempre foi, ao lado de sua esposa, assistir às missas dominicais, professando sua fé no alto da Colina. “Meu pai também vinha a cavalo todo domingo e eu continuei essa tradição”.

Seu temperamento também fez com que se tornasse mediador de conflitos, sendo ainda hoje convocado para gerir contendas, sejam elas de que ordem for, envolvendo ora familiares, ora amigos. “Já consertei cinco casamentos, um em Brasília, um no Serro e os outros em Conceição. Nunca briguei com ninguém nessa vida, nem com a minha mulher”, disse o pacificador experiente.

Sempre recebe em sua casa, além de seus amigos, pessoas que querem ouvir sua opinião sobre as tendências dos negócios e da política local. “Uma das histórias que mais me orgulham na política é a do Zé Fernando. Junto com o embaixador José Aparecido de Oliveira tive o privilégio de lançá-lo como prefeito de Conceição do Mato Dentro pela primeira vez”, disse Seu Picão com a voz embargada. 

Seu Mozart, sem dúvidas, é um homem que não se curva diante de nenhum desafio e nós enche de orgulho como um ilustríssimo cidadão conceicionense.

Esta é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro ao Seu Mozart Picão.

Texto com informações de Denise Mariano de Paula (Denise Picão)

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Fonte: Assessoria de Comunicação
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