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SET
24
24 SET 2021
CMD ACONTECE
PERSONALIDADE DE CONCEIÇÃO: DONA MUNDINHA DO LEOTÉRIO, FAMOSA PELAS COSTURAS E BORDADOS
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CMD, SEXTA-FEIRA 24.09.2021 - "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem" Guimarães Rosa. Viver não tem manual de instruções, mas algumas pessoas vivem tão bem e com tanta maestria que parecem ter. Um caso específico é da dona Mundinha, uma senhora cheia de garra, que ficou viúva e fez da coragem e valentia os ingredientes principais para viver com plenitude. E é por seu exemplo inspirador que hoje estará conosco na série Personalidade de Conceição.

Raimunda Maria da Silva, a dona Mundinha do Leotério barbeiro, nasceu no dia 07 de outubro de 1925, no distrito de Três Barras, município de Conceição do Mato Dentro. É filha do seu Joaquim Pereira da Silva e da dona Benedita Nunes Ferreira (in memoriam) e neta do inesquecível escravo Moisés. “Naquela época, eram outros tempos, a vida não era fácil. Eu trabalhava pesado na lavoura, pois tinha que ajudar meus pais no preparo do solo, para plantar e assim que colhessemos vir para a cidade com os produtos para vender a produção. A gente vinha a pé e de vez em quando a cavalo. Nossa, quanta dificuldade!”, contou dona Mundinha.

Enquanto muitos não querem outra vida pescando num rio de Jererê, como diz a canção, 'de papo pro ar' a dona Mundinha não fica. “Nunca gostei de pescar e tinha que ir quase todos os dias, não por lazer e sim por obrigação, meu pai dizia que era para enriquecer o cardápio”, recordou a nossa personagem, acrescentando que: “a palavra dos pais era uma ordem, diferente do que acontece nos dias de hoje, em que as crianças não fazem questão de escutar”.

Mundinha foi crescendo, se tornou moça e mulher em meio a muita simplicidade, mas principalmente coragem para enfrentar os desafios da vida. Ela relembra quando conheceu o saudoso esposo: “ainda era muito jovem, mas o Raimundo Dorotéia Neto, o Leotério barbeiro, que todos conheceram, quis logo se casar comigo e eu aceitei depressa. Com o meu falecido esposo vivi 49 anos de muita alegria. Construímos uma família de três filhas: Benedita, Haidê e Neide. Achei uma bênção, pois na casa dos meus pais também somos todas mulheres, eu, a Maria Joaquina, a Maria Rita e a Maria Expedita”, recordou. “Tenho apenas um neto de sangue, o Marcos Tadeu, mas tenho dezenas de netos de consideração e nem consigo contar, pois são muitos, sou apaixonada por todos”, sorriu dona Mundinha.

Antigamente, sair dos distritos e se mudar para a sede de Conceição era uma realização necessária para quem tinha filhos, pois o município não dispunha dos mesmos recursos que possui atualmente, sobretudo, em termos de educação. “Com o tempo viemos morar em Conceição, trouxemos nossas filhas para estudar. Foi muito bom, aqui me tornei costureira! Lembro que eu e o meu esposo que construímos nosso barraco, ele era o pedreiro e eu a servente”, gargalhou. Mas, frisou que a família passou por muitas dificuldades até que ela e o marido conseguissem se estabilizarem na cidade. 

“Posso falar que fui professora de costura para algumas pessoas, além de ensinar o que eu fazia doava, para aquelas menos favorecidas, serviços como reparos, reformas e ajustes de roupas e não cobrava por isso. Sempre digo que ninguém é tão pobre que não tenha nada para oferecer, não é mesmo?”, se emocionou a costureira do coração nobre. 

A arte de costurar se tornou uma das paixões da vida de dona Mundinha. “Eu me divertia costurando, fazia fantasias até para o Carnaval e outros eventos. E, olha, tenho a máquina até hoje, guardo com o maior carinho e, de vez em quando, ainda faço alguma coisinha.  Essa época foi muito boa, fiz muitas amigas, tinha dia que íamos para um poço com o nome Vintém para lavar roupas.  Nossa, era uma maravilha! Tinha água abundante e limpinha. Que tempo bom que não volta”, contou saudosa. 

Em 1998, com a partida precoce do saudoso, seu Leotério barbeiro, dona Mundinha precisou buscar forças onde não tinha para se refazer e continuar a sua história. “Quando ele faleceu, apesar do susto, da dor e imensa tristeza eu conseguir superar. Esquecer a gente nunca esquece, mas no lugar da tristeza com o tempo ficou a saudade. Deus colocou pessoas maravilhosas na minha vida e digo ainda: com essa idade sou lúcida, acordo todos dias cedo e depois de fazer minhas orações, sendo devota do Pai Eterno e de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, começo minha atividade de bordar. Amo fazer e presentear amigos e parentes”, detalhou. 

Para finalizar, com graciosidade pede oportunidade para agradecer. “Fiquei honrada em ser entrevista e contar parte da minha história para que meus conterrâneos possam conhecer. Agradeço imensamente à Prefeitura por essa homenagem feita a mim”, finalizou a personalidade. 

Essa é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato à dona Mundinha do Leotério barbeiro, essa senhora encantadora e amada por todos que a conhecem. 

PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO
JUNTOS POR UM NOVO TEMPO
Autor: PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO
Local: CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO
Seta
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