CMD, SEXTA-FEIRA 27.08.2021 – “Vestindo alma de paz a natureza se refaz, energia dos ancestrais, canto dos orixás, emoção que rasga o peito, saudação em respeito nas lágrimas que saltam aos olhos, num encontro de identidade, unindo energias de santidade, pulsando africanidade, harmonia construída na base, nossa real conquista de liberdade, está na cumplicidade de sabermos por afinidades, nossa iluminada religiosidade” (Eli Odara Theodoro). Ah o coração de Minas Gerais com suas belezas e encantos! Será que há quem possa desbravá-lo? Tem um homem que conhece os caminhos que levam até ele como a palma da sua mão. Estamos falando do admirado Zé de Olinta, aquele que se tornou o famoso guia turístico da Travessia Lapinha/Tabuleiro por amor. E é pelo seu sentimento que hoje o homenageamos na série Personalidade de Conceição.
José Ferreira da Silva, chamado carinhosamente de Zé de Olinta, nasceu no dia 20 de junho de 1941. “Eu sou da Lapinha, onde vivi muitos anos de minha vida, essa que foi muito difícil e sofrida. Era lavrador e trabalhava demais, nunca consegui estudar, me dedicava só ao trabalho mesmo”, recordou um dos símbolos do turismo em Conceição.
Em 1963, se mudou para a Serra do Rio Preto (Capão Grande), onde trabalhava trazendo madeiras, às vezes no lombo de algum animal, mas em maioria a pé. “Tempo sofrido, mas compensador. Nessa mesma época, conheci minha esposa Maria Ferreira da Silva com quem me casei e formamos uma família de nove filhos: Idê, Ilma, Nivalda, Marta, Maria, Dilma, Marli, Eva e Adão. Hoje são todos casados e sou avô de 21 netos e 11 bisnetos. É uma alegria tamanha, tenho uma família simples, mas muito linda”, detalhou.
Apaixonado pelo turismo, conta como começou a trabalhar proporcionando momentos incríveis aos turistas que visitam a região. “Como moro na serra há mais de 30 anos e praticamente dentro da trilha, digo de uma certa forma que não procurei o turismo, ele veio até mim. Virei guia turístico, acredita? Comecei dando algumas informações e com o tempo passei a acompanhar as pessoas para que não se perdessem e pudessem encontrar o que buscavam”, detalha Zé de Olinta.
Famoso e muito requisitado, brinca que em alguns momentos não entende uma palavra do que o turista fala, no entanto, consegue atendê-lo. “Vem pessoas do Brasil inteiro e até de outros países, às vezes não entendo nada que eles falam, mas sempre dou um jeito de me comunicar com auxílio de outras pessoas. Sinto não ser preparado, entretanto, com a minha experiência acabei ficando esperto e acho que ajudo muito. Olha aí eu ficando famoso hoje”, contou no momento em que era entrevistado para o programa da Rede Minas, Gerais+Minas - "Minas da gente".
Apesar de servir à Conceição e contribuir para fomentar o turismo há mais de três décadas, Zé de Olinta não mora no município e revela que vai à sede apenas em ocasiões especiais. “Chego sempre até o Tabuleiro, mas na sede mesmo venho quando tenho “precisão”, tirando o Jubileu. Nesse venho todos os anos, sou muito devoto a Ele (Bom Jesus) e muito feliz por morar na serra. Sinto que os turistas vêm buscar a paz e a beleza que nós temos nesse lugar. Considero-me uma espécie de guardião daqui”.
Zé de Olinta se diz realizado, mas lamenta não ter feito algumas coisas, que segundo ele, o tornariam ainda mais feliz. “Hoje fico triste e muito sentido por não ter conseguido estudar meus filhos, eu não tinha condições, mas me alegro quando penso que se tornaram pessoas de bem, honestas e trabalhadoras, acho que viver assim também é uma escola para quem vê”.
Ele acredita piamente nos ensinamentos passados de pai para filho. “Faço há muitos anos o papel de guia turístico só que agora percebo a necessidade de passar para o meu filho essa tarefa que fiz com muito prazer. Recebo em minha casa a todos com carinho, com cafezinho, com boa prosa. Sinto-me feliz com a presença das pessoas e, principalmente, porque sei que posso ajudar de alguma forma a mostrar nossas maravilhas. Portanto, quero que os meus filhos também sejam assim, pois para mim se tornou um trabalho e espero que eles continuam. Digo a eles como e bom receber ligações marcando comigo o dia e a hora de chegar para fazer a travessia. E quando tiramos fotos? (risos). E ainda tem os momentos que conversamos. Nossa, é bom demais”, se orgulhou o Sr. Zé de Olinta.
Para finalizar, ele faz sua propaganda. “Como minha casa acabou sendo um ponto de apoio da travessia Lapinha/Tabuleiro ofereço camping completo com almoço e janta, banho quente e café da manhã, banheiro ecológico e área de barraca definidos com todos dormindo em camas, os valores são bem em conta, garanto”, concluiu o guia turístico.
Essa é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro ao Sr. Zé de Olinta, que não é conceicionese, mas que ama o nosso município, contribui para o nosso turismo de forma imensurável e que conquistou a todos com a sua simplicidade.
PREFEITURA DE CMD
JUNTOS POR UM NOVO TEMPO
Autor: PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO
Local: CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO