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MAI
07
07 MAI 2021
SAÚDE
PERSONALIDADE DE CONCEIÇÃO: SEU ZÉ LUIZ DO DECA, O ETERNO APAIXONADO PELA DONA NANÁ SIMÕES, HOMEM GENEROSO E PADRINHO DE DEZENAS DE CONCEICIONENSES
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CMD, SEXTA-FEIRA 07.05.2021 – “Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários” (Carlos Drummond de Andrade). Pensem em um homem apaixonado: que o peito transborda amor pela saudosa esposa, pelos filhos, netos, por sua terra, por Deus e pela vida. Ele existe e mora bem ali, no bairro Saudade. É um homem honrado, de coração nobre, romântico à moda antiga feito o mineiro e poeta Drummond, sensível a dor do próximo e muito caridoso. Estamos falando do Seu Zé Luiz do Deca, nosso homenageado de hoje no quadro “Personalidade de Conceição”.

José Luiz dos Anjos, conhecido como Seu Zé Luiz do Deca, nasceu no último dia do mês de janeiro em 1937, em Conceição do Mato Dentro. “Sou filho de José Geraldo, que todos conheciam como Deca e Estelina Cândida dos Anjos. Meu pai faleceu no ano de 1974 e a minha mãe viveu muito, quando partiu estava com 90 anos. Cresci no bairro Santana, onde aproveitei muito a vida pacata do interior, mas na juventude sempre tínhamos uma distração. A gente nadava no rio, passeava nas cachoeiras e era divertido”, relembrou.

De origem humilde e família trabalhadora, Seu Zé Luiz sempre soube o valor do trabalho e sente muito orgulho dos pais e da criação que recebeu. “Meus pais trabalhavam muito, tiravam o nosso sustento com a venda de porco abatido e lenha que vendiam no Mercado Municipal. Meu pai também foi juiz de paz aqui em Conceição, fico até emocionado em me lembrar dele, pois sinto uma admiração e amor muito grande. Aprendi a gostar de trabalhar e enfrentar a vida com meu saudoso pai”, se emocionou Seu Zé. “Junto com ele, cheguei a trabalhar na reforma do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Na época, puxávamos os tijolos no lombo dos animais, era o tínhamos, mas tenho uma saudade enorme”, completou.

Ainda no bairro Santana, diz ter tido o privilégio de conhecer Carlota Simões dos Anjos, a saudosa dona Naná Simões, como era conhecida. “No dia 23 de julho de 1966 me casei com ela e tivemos quatro filhos: a Geralda Regina, o José Luiz Junior, o Joaquim José e o Luiz Fernando. Alguns deles são casados, inclusive, tenho muita consideração por minhas noras chamadas Dione, Maria Helena e Rosana. E se eu guardo algum tesouro aqui neste mundo, posso dizer que são os meus netos: a Thais, o José Augusto, a Camila e o João Guilherme”, abriu um sorriso.

Após constituir matrimônio, nosso personagem, dedicado ao extremo à família, começou a trabalhar na famosa venda do Deca. “Lá eram vendidos mantimentos de todos os gêneros alimentícios como carnes, manteiga, enlatados e aquelas novidades da roça. Sabe como é?”, detalhou Seu Zé Luiz. Generoso e disposto a não negar fiado, ou seja, o famoso “devo e não nego, pago quando puder”, começou a colecionar cadernetas e mais cadernetas de contas não pagas pelos fregueses. “Precisei assumir muitas vendas que fiz e nunca me queixei disso ou guardei arrependimento, o que guardo na lembrança é que ajudei a matar a fome de muita gente. Foi um período valioso para mim, trabalhei bastante, fiz amigos e ganhei muitos afilhados que tomam a bênção até hoje”, comemorou.

Após um período em que pôde contribuir com as famílias de origem humilde e com os fregueses da época, Seu Zé Luiz do Deca foi em busca de novas realizações profissionais. “Eu trabalhei no DER, que é o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais. Fui motorista de caminhão por muitos e muitos anos. Era uma tarefa difícil e pesada, muito sol, chuva e poeira levando cascalho para às estradas penosas ainda de terra nas regiões da Serra do Cipó, Senhora do Porto e Dom Joaquim. Mas, não posso reclamar, também deixei bons amigos por essas bandas que passei”, recordou Seu Zé.

Realizando seu trabalho com alegria e os filhos já crescidos, em 2004, Seu Zé Luiz viu seu mundo desabar. “Faltavam dois dias para o meu aniversário, lembro como se fosse hoje, infelizmente eu perdi a minha amada Naná. Posso dizer sem medo que fui um marido fiel, honrei minha família e trabalhei incansavelmente. Deus sabe o que faz, não podemos questionar seus atos”, contou com os olhos marejados.

Muito sentido com a perda da esposa, Seu Zé logo se aposentou e para retomar sua vida, assumiu todos os afazeres da casa, cozinhava, fazia carnes, que todos aqueles que saboreavam elogiavam, e, até quando as compras chegavam arrumava tudo no armário com muito carinho. “Eu fazia de tudo mesmo, desde preparar o café até buscar o paõzinho fresco. O esforço era para agradar os meus seus filhos queridos”, contou o patriarca da família.

Muito devoto ao Senhor Bom Jesus e a São Geraldo, Seu Zé Luiz nunca foi de perder uma missa, inclusive sua devoção por São Geraldo fez com que batizasse sua filha com o nome de Geralda, o que para ele é motivo de muita alegria e satisfação. Hoje com 84 anos, a memória costuma falhar, às vezes, no entanto, continua a dar exemplo aos filhos e netos, família que construiu com muito amor. Segue sereno nos dizeres e grato a tudo que a vida lhe trouxe. “Na cadeira do alpendre da minha casa assisto a vida seguir seu fluxo observando o movimento dos carros”, filosofou o conceicionense.

Vira e mexe, solta uma frase que inspira e demonstra seu amor por dona Naná. “Eu? Casar de novo? Não! Só com a Naná, só com ela…”. Quando não relembra o amor que carrega no peito, em momentos de impaciência sempre suplica a Deus mostrando à sua família o exemplo de fé verdadeira, que é a herança que pretende deixar: “OH BOM JESUS… APENAS ISSO… OH BOM JESUS… E A VIDA SEGUE”, finalizou Seu Zé Luiz do Deca.

Essa é uma singela homenagem da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro ao Seu Zé Luiz do Deca, esse conceicionense cheio de amor e generosidade no coração.

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Fonte: Assessoria de Comunicação
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