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Notícias
ABR
02
02 ABR 2021
CULTURA
SR. LÚCIO GUERRA, DE PERSONALIDADE MARCANTE A IRREVERENTE CONTADOR DE HISTÓRIAS
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CMD, SEXTA-FEIRA 02.04.2021 – Homem cheio de suas próprias convicções, irreverente e de uma criatividade ímpar, Lúcio Guerra criou sua família com afinco e os pés no chão. Sr. Lúcio é casado com Dona Nilce Magalhães, com quem teve 6 filhos: Olívia, Cláudia, Xisto (in memoriam), Mágda, Júlia (in memoriam) e Júnior, e filho dos saudosos Xisto Guerra da Silva e Zelita Guerra, outras duas grandes personalidades de Conceição do Mato Dentro.

Para Lúcio, a maior herança de seus pais foi o exemplo: “minha mãe era modista e meu pai era autônomo, ambos muito trabalhadores. Minha mãe era reconhecida em toda a região pela excelência na costura e meu pai empreendia de tudo que era jeito, fazia o que precisava!”. Segundo ele, seu pai criava gado, tinha pensão, tinha animal e a famosa “rural” de aluguel, tinha bomba de gasolina, enfim, onde via necessidade das pessoas, criava uma solução para comercializar. Um fato marcante de seu pai, Xisto Guerra, é que a rodoviária municipal leva seu nome: fruto de uma homenagem do prefeito Zé Fernando em sua primeira gestão em celebração ao fato de que Xisto foi quem trouxe o primeiro transporte público para a cidade, na época uma jardineira.

Nascido em 1933, viu o mundo se transformar de uma época em que todas as ferramentas eram manuais até os dias de hoje, com tudo eletrônico e a ascensão da internet. “Era eu quem fazia todos os brinquedos e sapatos para meus filhos, fazia isso para economizar. Além disso, sempre gostei de trabalhos artesanais! Nilce costurava a maioria das roupas”. Quem conhece Sr. Lúcio na sua convivência sabe que economizar é o seu lema. Desperdício de comida, nem pensar, deixar a luz acesa e sair do cômodo? De jeito nenhum! Não faça essas coisas perto dele, senão vai ser arrepender!

Outro traço marcante de sua personalidade é seu prazer de contar histórias. Viveu intensamente e é um colecionador delas. Tem histórias com Zé Aparecido, seu amigo e “protetor”, como ele mesmo o define, com Juscelino Kubistcheck, com quem também viveu algumas boas peripécias, e com muitas outras pessoas que passaram pela cozinha do seu pai, entre elas vários políticos e empresários da época.

Sr. Lúcio foi para Belo Horizonte estudar, colégio que ele mantém seu apreço até os dias de hoje. Nessa época, era atleta de diversas modalidades esportivas, tais como salto de altura, corrida, futebol, natação e salto à distância, sendo que foi medalhista algumas vezes. Houve uma época que seu pai adoeceu e ele, como filho mais velho, voltou a morar em Conceição para ajudar o pai. Com isso, nunca mais saiu daqui. Seguindo a influência empreendedora do pai, Sr. Lúcio teve 5 fábricas ao longo da vida: “Tive fábrica de queijo, cachaça, sapatos e tijolos, mas a mais bem sucedida foi a de meninos”, brinca ele ao lado de Dona Nilce, sua amada e elegante esposa, que completa: “Ele sempre cuidou da fazenda, fazia corridas com um jeep, tinha caminhão para transporte e transformou a bomba de gasolina do seu pai num posto de gasolina, posto esse que meu filho Xisto Guerra da Silva Neto veio a assumir mais tarde”.

Sobre Dona Nilce, a declaração veio certeira: “Me considero um homem de sorte, casei com Nilce. Ela só namorava gente importante e me escolheu. Éramos primos de primeiro grau, foi difícil com a família. No início, ela vinha do Serro passear em Conceição e ficava na casa dos meus pais, onde eu morava. A luz era de lamparina e projetava nossas sombras no barranco em frente à casa. Ela dormia num quarto e eu em outro mais distante. Dávamos as mãos através da sombra no barranco, na nossa imaginação; era a única forma de ter algum contato mais próximo com ela. Era namoro à moda antiga.” Quanto romantismo!

Muito atuante na vida social, Sr. Lúcio foi vereador, um dos vereadores mais bem votados da história de Conceição: teve 550 votos na época que a população do município era cerca de 5.000 habitantes. “Naquele tempo a Prefeitura não tinha recurso para nada e salário de vereador praticamente não existia”. Certo tempo depois, Sr. Lúcio renunciou seu mandato por se sentir travado e não enxergar as melhorias para Conceição pelas quais lutava; guarda sua carta de renúncia até hoje e continuou participando da política local como articulador, nos bastidores.

Nos dias de hoje, Sr. Lúcio dedica a maior parte do seu tempo para três coisas: sempre ávido por conhecimento, vê televisão e lê livros, além do artesanato a partir de lixos recicláveis: “Toda vida gostei de arte, primeiro porque gostava mesmo e segundo pra economizar. Foi também uma herança de família, tinha parentes que costuravam, faziam celas, trabalhos manuais. Eu fazia os brinquedos dos meus filhos e agora que tenho mais tempo livre voltei a mexer com artesanato, cada dia invento uma coisa, sempre reciclando materiais.” Para quem conhece o folclore local, Sr. Lúcio foi quem fez o Boi Caracu, o Rogério e a Catarina, ícones da Festa de Nossa Senhora do Rosário.

E assim encerramos nossa homenagem para Lúcio Guerra, homem realista com as coisas da vida, de muita fé em Deus, que soube aproveitar cada segundo do seu tempo e continua vivendo bem pertinho da família, seu bem mais precioso.

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Fonte: Assessoria de Comunicação
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