Infiltrações generalizadas, risco de incêndio e desabamento, falta de sinalização e de saída emergência, fiação elétrica exposta, entre outros problemas. É assim que se encontra a Escola Estadual São Joaquim, em Conceição do Mato Dentro, que atende cerca de 1.500 alunos.
De acordo com prefeitura, há trincas em todas as alvenarias e revestimentos não compatíveis com a arquitetura original da edificação, além da ausência de sistema de hidrantes para combate a incêndio. Soma-se aos agravantes o fato de se tratar de um patrimônio histórico com mais de 220 anos e tombado, em 1948, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Todas as questões expostas constam em laudos da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, que, após receber várias denúncias, acionou a Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Serviços Urbanos e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), que emitiram laudos atestando as condições precárias da Escola São Joaquim. Em consequência dos problemas, o Ministério Público interditou o prédio. O mesmo parecer também foi emitido pelo Corpo de Bombeiros, após apurar denúncias da população.
O prefeito Reinaldo César de Lima Guimarães, Reinaldinho (PMDB), ressalta que, assim como em outras situações, a lentidão e a burocracia do Governo de Minas vão comprometer as atividades escolares dos jovens e adolescentes. “Essa é uma responsabilidade do Estado e, independentemente de questões partidárias, somos sensíveis e solidários aos alunos e aos possíveis prejuízos que a interrupção das aulas irá causar tanto para os alunos, professores e funcionários da Escola São Joaquim”, lamenta.
Ainda de acordo com o prefeito, a administração municipal e a Câmara de Vereadores cederam espaços para montar salas improvisadas. “Estamos dispostos a colaborar, no entanto, ainda não podemos garantir o acesso imediato às aulas, uma vez que o governo estadual é o responsável pelas obras de adequações nos imóveis cedidos”, esclarece. Outra preocupação, segundo o prefeito, é que muitos alunos estão na fase de preparação para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Riscos à vida
A secretária municipal de Cultura e Patrimônio Histórico, Júlia Celly Santana, afirma que os problemas detectados na edificação são antigos e há muito tempo o prédio encontra-se em situação precária, com risco iminente de incêndio e possível desabamento, colocando em risco o bem maior: a vida. De acordo com ela, os engradamentos dos pisos, os tabuados e os forros correm o risco de despencar, pois sofreram com as águas da chuva e cupins.
Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que a escola vai funcionar no espaço cedido provisoriamente pela Prefeitura. A previsão, de acordo com a secretaria, é que as aulas sejam reiniciadas no início de maio. Ainda de acordo com a assessoria, os dias do ano letivo serão repostos. Em relação à situação do prédio, o Governo disse que está avaliando as medidas intervencionistas necessárias para abrir um processo de licitação e começar a reforma.
Fonte: www.defatoonline.com.br