No Brasil há 1.200.000 (um milhão e duzentas mil) pessoas com a doença de Alzheimer e cerca de 1 (um) por cento desse grupo vive em Conceição do Mato Dentro. No entanto, apenas 20 dos mais de 100 pacientes buscam ajuda e estão registrados na rede municipal de saúde. Isso se torna ainda mais alarmante quando as estatísticas mostram que o Alzheimer mata mais que enfisema pulmonar, pneumonia, diabetes e alguns tipos de cânceres. Os dados foram informados na palestra do Dr. Matteus Gomes Fernandes, no dia 6 de maio, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Dr. Mateus é neurologista e se dedica à saúde pública desde a sua formação. Segundo ele, o que leva apenas uma parcela bastante pequena dos pacientes a buscar o tratamento do Alzheimer é a banalização dos sintomas pela própria família. A “caduquice”, como é chamada a doença, é confundida com as deficiências normais da idade e seus agravamentos não são levados a sério.
Isso se dá porque são características comuns do Alzheimer: teimosia, repetição, perguntas e o esquecimento. Mas outros fatores contribuem para a gravidade da doença: déficit de atenção, dificuldade para falar, dificuldade para escrever, problemas com cálculos (o que leva o paciente a perder o controle financeiro), falta de senso de localização (o paciente se perde com facilidade), problemas com higiene (não toma banho porque acha que já tomou) e machuca-se com frequência.
São as perdas de células cerebrais que desencadeiam a doença. E no decorrer dos anos, com o avanço do casos, o sistema imunológico do paciente também é afetado, provocando infecções que geralmente levam a morte.
A doença de Alzheimer ainda não tem cura e não se sabe ao certo porque ela acomete as pessoas. Mas alguns fatores de riscos são registrados. Dentre os fatores genéticos, que não podem ser evitados, estão a idade avançada, ser mulher e ter histórico da doença na família. Mas pesquisas têm apontado que a pressão alta, o diabetes, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo também contribuem para o aparecimento da doença, e daí a importância de buscar uma rotina com qualidade de vida.
Numa abordagem bastante humana, Dr. Matteus falou sobre a importância de o cuidador compreender a doença e o doente, pois o paciente não sabe que está doente. A perda da memória tira dele essa realidade e tudo o que ele precisa é carinho e atenção. “O que nos resta é isso, cuidar de quem já cuidou da gente. Ter paciência e entender que eles não têm culpa da doença”.