De origem portuguesa, ligada ao drama vivido nas viagens marítimas pelos descobridores de novas terras, entre elas o Brasil, a marujada se espalhou em todos os cantos do país. Não sendo diferente em Conceição do Mato Dentro, os marujeiros, tocadores de pífaros, ou pipiruí, como eram popularmente chamados, consistem em parte integrante indispensável da festa do reinado, dada à tradição, também de séculos, da presença desses nestas ocasiões.
Uniformizados de azul e branco, capacetes pontiagudos enfeitados de espelhos e fitas de várias cores, máscaras de bela fisionomia, moldadas em tela de arame; o patrão acrescentando ainda a barba branca feita de algodão, para impor maior respeito ao mestre, contramestre, gajeiros, calafates e calafatinhos. Ao som de violas, pandeiros e tambores. Ouve-se o altercar de vozes entre os principais contendores e surge então o combate de bastões, simulado por meio de golpes de uns contra os dos outros. Sempre dançando em roda, elevam as mãos e os bastões acima da cabeça, um espetáculo que prende a atenção de todos. A marujada se manifesta também nos distritos da cidade, como Tabuleiro e Itacolomi.